quinta-feira, 5 de março de 2009

Um pouco de história, escrita na terceira pessoa...

Há aproximadamente 10 anos Alex Manzi se misturou à música e às suas possibilidades. Começando a compor com João Cláudio, o Johnny Boy, na extinta banda Evídia, ele começou a engendrar o que chamaria anos depois de sua Celebração do Poder da Canção Popular. A banda acabou, mas a parceria deixou muitas canções que ainda fazem parte do repertório de Manzi.
Estreando nos palcos com a banda o-barco (o Evídia não chegou a se apresentar), ao lado do violonista Aluísio Penna e do percussionista/vocalista Alexandre Zen, Manzi começou a construir o formato de show que chamou a atenção de muita gente: textos poéticos, canções à capella, intervenções na platéia, canções e reconstruções. Até então o repertório se apoiava apenas em releituras e reinterpretações da mpb.
Depois de uma série de shows com o-barco, Manzi se embrenhou na parceria com o violeiro/violonista Alan Jardel e o percussionista Almir José e formou o duo-duo (paixão por letras minúsculas?), também com a proposta de show interativo e refinando ainda mais a característica de pesquisa de repertório.
Logo depois de vários shows com o duo-duo, Manzi foi convidado para compor o elenco do espetáculo cênico-musical Cantos do Sertão, com o grupo homônimo. O Grupo Cantos do Sertão pautava seu trabalho em histórias e canções regionais e tradicionais do folclore e regionalismo brasileiro.
Depois de um pequeno jejum musical, Manzi voltou aos estúdios nos vocais da banda Vinho Velho, onde conheceu Samir Nassif, parceiro que até hoje divide com ele o palco. Depois de idas e vindas de vários membros, a Vinho Velho se dissolveu e abriu um espaço na agenda para que o show Alex Manzi e Convidados tomasse corpo. Nesse show Manzi celebrava a canção e as amizades musicais que construiu no caminho. Passaram pelo show Alan Jardel, Aluísio Penna, Guilherme Gouveia e outros mestres.
Depois, com o espetáculo já amadurecido, Manzi fez uma série de shows em Belo Horizonte e região, acompanhado por Samir Nassif e Guilherme Chewbacca no violão e na guitarra, respectivamente. Depois de um ano com esse show, novamente a pesquisa de repertório foi feita para a montagem do novo show, dessa vez com a companhia do baterista Diogo Freire, antigo companheiro do trio na Vinho Velho.
Essa formação durou mais um ano. Alex Manzi e Os Capazes encerraram o Festival de Inverno da Savassi com casa cheia e a certeza do caminho bem trilhado. Mas, novamente, a banda se dissolveu.
Manzi encontrou então o amigo Thiago Marques, artesão de belas melodias, e iniciou com ele um frutífero trabalho de composição. As canções foram sendo geradas vagarosamente e o projeto de um show foi sendo adiado. Nesse tempo, Manzi se apresentava com Thiago e com a contadora de histórias Nalvinha de Souza, antiga companheira do Cantos do Sertão, em festivais, feiras e teatros.
O ano novo chegou e com ele os ensaios já amadurecidos ao lado da nova banda. Desta vez, Alex Manzi abraça a carreira solo, mas fielmente escudado por Samir Nassif (vocais, violão, guitarra e teclados), Armando Stochiero (baixo) e Felipe Menhem (bateria).
O repertório agora conta com várias composições próprias de Manzi e outras em parceria com Thiago Marques e Samir Nassif. Além disso, a pesquisa refinada e as intervenções literárias estão lá. É a desconstrução reconstrutiva de arranjos, letras e possibilidades de comunicação da canção, amadurecendo a proposta da Celebração do Poder da Canção Popular.
Ao lado das composições próprias, releituras de Caetano Veloso, Roberto Carlos, Raul Seixas, The Beatles, Chico Buarque, Odair José, Mutantes, Rod Stewart, Nando Reis, Zéu Britto e outras surpresas.
As canções próprias e as releituras foram trabalhadas em estúdio ao mesmo tempo, possibilitando a uniformidade dentro da diversidade, sempre buscada no trabalho de Alex Manzi. Além disso, os arranjos foram discutidos e construídos com paciência, na procura da melhor solução cênica (!), musical e emocional de cada canção interpretada. Basta se entregar ao jogo de Manzi, emprestar seu pescoço e não se comportar.
Quase tudo cabe na sacola musical de Alex Manzi. Como o próprio gosta de dizer sobre a música popular: “não importa de onde ela vem; o que importa é pra onde vai.”